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terça-feira, 1 de junho de 2010

Qual o perfil do consumidor Verde Do Brasil?

Por Alexandre Langer
Esta semana recebi um questionamento muito pertinente de parte de Dalmer Maffei, sócio gerente da Verde Capital Consultoria e Desenvolvimento, que pergunta o seguinte: “Olá Alexandre, aonde estão os LOHAS brasileiros?O consumidor médio brasileiro, ainda não é verde e vai demorar muito para ser...”.

É verdade, existem muito poucas informações disponíveis sobre os consumidores verdes brasileiros. Se houve algum trabalho mais profundo neste sentido ele não tornou-se público.
A instituição que já há alguns anos vem se dedicando a compreender este mercado é o Instituto Akatu, que periodicamente pesquisa a evolução da consciência do consumidor quanto à RSE (Responsabilidade Social das Empresas). Segundo dados de pesquisa recente do Instituto Akatu, podemos conhecer um pouco mais sobre o perfil deste consumidor.

- Um em cada três consumidores brasileiros percebe os impactos coletivos ou de longo prazo nas decisões de consumo. Estes somam 33% do universo da pesquisa e são considerados a vanguarda dos consumidores conscientes. Destes, 28% compõe o segmento dos consumidores engajados e 5% são os conscientes.

- Um em cada oito brasileiros (15%) preocupa-se em mobilizar outras pessoas para a prática do consumo consciente. Entre os mais conscientes a preocupação atinge um em cada quatro cidadãos (24%).

- O reconhecimento de selos de certificação de produtos e de instituições cresceu em 69% entre 2003 e 2006, passando de 19% para 32% entre os brasileiros.
Quanto maior o grau de consciência do consumidor, mais decisivo é o fator qualidade na hora de efetuar uma compra: Dentre os conscientes, 24% utilizam o critério ambiental na escolha de empresas.

- 74% dos consumidores brasileiros dizem sim à pergunta: “Você considera que as grandes empresas devem ter total responsabilidade por produtos que não prejudicam o meio ambiente”.
O próprio Instituto Akatu já disponibiliza um catálogo de produtos sustentáveis, que pode ser encontrado no seguinte endereço:
www.catalogosustentavel.com.br

Consumidores dizem tomar conhecimento das políticas ambientais dos fornecedores através de revistas e jornais (53%), certificação no produto (52%) , Internet (41%) e campanhas publicitárias tradicionais (30%).

Mas é claro que tudo isso ainda é muito pouco. Para vencer o desafio do consumo sustentável, existe um longo percurso a ser percorrido.
Sigo com a convicção de que as empresas que adotarem práticas sustentáveis primeiro e souberem comunicá-las competentemente ao público são grandes candidatas a serem as empresas líderes de mercado no futuro. A omissão das empresas no sentido de implementação das práticas de gestão sustentável abre espaço para ações restritivas e até demagógicas de parte dos poderes públicos, como é o caso dos projetos de lei que pretendem sumariamente proibir o uso da sacola plástica pelo varejo. Leis deste tipo já existem e vigoram em lugares como Bangladesh, China e Rwaunda. Israel, Canadá, parte da Índia, Botsuana, Quênia, Tanzânia, África do Sul, Taiwan e Singapura, ou já baniram ou estão se movendo rapidamente no sentido de banir o uso das sacolas plásticas. A Irlanda assumiu a liderança na Europa taxando as sacolas de plástico no ano de 2002, tendo com isso reduzido o consumo das mesmas em 90%. Em março de 2007, São Francisco foi a primeira cidade dos Estados unidos a banir o uso da sacola de plástico. Oakland e Boston estão considerando fazer o mesmo. Em Porto Alegre, já há um movimento na Câmara dos Veradores no sentido da proibição de uso da sacola de plástico pelo varejo.

Costumo dizer que, nestes casos, a empresa pode ser reativa e acabar sendo taxada de vilã ambiental por não ter tomado atitudes por iniciativa própria, ou pode ser pró-ativa e até lucrar com iniciativas neste sentido.

Aos institutos de pesquisa tenho uma sujestão: criem um painel de monitoramento sobre a evolução dos hábitos de consumo consciente, divulguem as informações e proporcionem a governates, legisladores e empresários uma ferramenta competente para o estabelecimento de estratégias de consumo e produção sustentáveis.

Fontes: Instituto Akatu, Buzz Makers, MSNBC.com, CNN.com, BBC News, Associated Press, PlanetSave.com, NPR.org, The Boston Globe

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